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Medo

Sexta-feira, 03.06.11

Tenho medo. Um medo que me consome, que me destroi, que me apaga. Um medo que não deixa avançar. Tenho simplesmente medo. Um medo racional, justificado e aumentado por vós que deveis ser meus amigos. Não vós que me lês, mas aqueles que me abraçam, me olham os olhos tristes, os lábios tremulos e que me deviam dizer '' vais correr tudo bem''... aqueles que em lugar de consolo me dizem ''tens o meu apoio, mas não te esqueças que...'' Pois bem meus amigos, o medo, esse grande senhor, não me vergará. Sei onde quero ir, sei onde irei e não me irei conformar. As lágrimas que descem as faces são apenas pequenas gotas de medo que de mim expulso, e não a dúvida da minha decisão. Dessa dúvidei quando vos amei mais a vós que a mim. Oh que amor esse que me cegou, que vos deu todo o meu ser. Oh meus queridos amo-vos tanto como outrora, estou agora apenas mais cientes de quem sou e de quem quero ser. E a vocês amo... adoro... e guardo em mim. São muito para mim, mas a minha razão para viver sou eu... sou tão egoístamente eu, como sempre deveria ter sido. Amizade é partilha, mas mais do que isso é compreensão. Ai que cansativa ideia de amizade esta que ultrapassa a simples expressão '' tens o meu apoio''. Não! Não quero que o digam, quero que o sintam. Não quero que calem os vossos argumentos emotivistas, quero antes que compreendam os meus. Só peço... agora só peço. Mas terão e sempre tiveram a mesma compreensão, a mesma submissão à minha vontade que tenho à vossa. Por isso não sorriam, não chorem nem critiquem, oiçam apenas...

 

in Eu...

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publicado por qb às 21:03

Eu

Sexta-feira, 03.06.11

Bem...

Mal...

Sempre...

Nunca...

Tudo...

Nada...

O que significa isto afinal?

São os limites que a nós impomos. São o medo que temos do desconhecido. A ambição morta. O conformismo que sobrevive e sobeja em nós. É aquilo que a alma recusa aos 17, mas aceita aos 30. É o calar do coração. É o matar da mente. É a pura submissão. É um coexistir com a nossa morte, sem que dela nos apercebamos. É o lamentar dos lábios. É a dor do que vive aqui... aqui onde acaba o mundo e começa o eu. É aquilo que respeitamos sem nos respeitarmos a nós. É está tão fácil existência quem que as palavras valem mais que a vontade, o sonho e a essência... São palavras com mais força que qualquer deus. É... tanto sendo tão pouco.

Tento... tento com tanta força. Mas também em mim estes limites estão escritos... cravados. Tento tira-los... arrancá-los como se lâminas se tratassem. Enchem-se-me as mão de sangue. Um sangue quente, vermelho, fervilhante. Um sangue que corre por mais. Os meus olhos brilham. Pedem a escuridão. Pedem o imprevisto, o desconhecido, o novo. Os meus lábios soltam suspiros de esperança. E eu sobrevivo mais um dia por cada lâmina que de mim expulso. Sinto o chão frio sob os pés escaldantes. Sinto a cabeça flamejante. Sinto! E anseio pelo dia em que todo este sangue possa fervilhar em mim sem que as frias lâminas o expulsem de mim, o arrefeçam e me destruam. Anseio pelo dia em que os meus sonhos serão vividos... em que os meus olhos brilharam mais ainda e os meus lábios não supirarão. 

 

in Eu...

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publicado por qb às 20:32

o cinzento do céu

Sexta-feira, 03.06.11

As mãos parecem arrastar-se sob o teclado como se a vontade e a força se tivessem unido numa louca necessidade de fuga. Os olhos fecham-se. É como se por momentos o mundo parasse e tudo fizesse sentido. É como se soubesse a resposta a todas as perguntas que se impõem. É como se simplesmente o mundo fosse só o mundo. Um surdo grito de dor solta-se entre os trovões que la fora acordam a noite. É como o aproximar de uma morte viva. É como se toda a dor residisse apenas ali, naquele grito, naquele nada. Num fim trágico o último dos suspiros liberta-se, uma dor aguda trespassa o peito. O ar sai tão violentamente que perde a coragem de entrar... As faces rosadas tornam-se brancas, cor de cal. Os olhos de um amargo azul apagam-se. Os doces lábios perdem-se no inicio do fim. A música paira no ar. Espalha-se pelo corpo já dormente... E sem esperança os dedos deixam-se cair no velho teclado.

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publicado por qb às 14:48





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